Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; II Timóteo 3:16

A Prosperidade da Alma

A Prosperidade da Alma
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A PROSPERIDADE DA ALMA

 

"Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma.” (3 João 2)             

Este texto reflete, ao meu entender, não apenas o sentimento do apóstolo João por Gaio, seu amigo e irmão em Cristo, mas revela a vontade de Deus para todos os seus filhos.

Jesus ensinou que se nós, que somos maus, sabemos dar boas dádivas aos nossos filhos, quanto mais o Pai Celestial não dará coisas boas aos que lhe pedirem?

"Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á. Ou qual dentre vós é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem?" (Mateus 7:8-11)

Assim como um pai terreno deseja o melhor para seus filhos, o Pai Celeste também deseja o melhor para os seus.

Paulo declarou aos romanos que se Deus “Não poupou a seu próprio Filho, mas por todos nós o entregou, como não nos dará também com ele todas as coisas?” (Romanos.8:32)

É indiscutível o fato de que Deus quer o nosso melhor.

O apóstolo estava dizendo aos cristãos de Roma que se o Pai Celeste deu o que tinha de melhor – Jesus – não há nada que Ele não possa nos dar!

Creio que Deus deseja nossa prosperidade, o melhor para cada um de nós.

O QUE É PROSPERIDADE?

A Concordância de Strong define a palavra grega traduzida como “prosperidade” (euodoo), da seguinte forma:

Ter uma viagem rápida e bem sucedida, conduzir por um caminho fácil e direto; Garantir um bom resultado, fazer prosperar; Prosperar, ser bem sucedido. A palavra também era aplicada no sentido material - "No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder, conforme tiver prosperado, guardando-o, para que se não façam coletas quando eu chegar." (1 Coríntios 16:2), mas reflete a idéia de ir bem em todas as coisas.

Prosperar, portanto, não é só ter necessidades materiais supridas, mas IR BEM na vida espiritual, ministerial, familiar, na saúde e no trabalho.

Deus quer que prosperemos, e nós mesmos desejamos isto. Mas a prosperidade que experimentaremos do lado de fora, nas circunstâncias, está diretamente ligada à prosperidade que provamos do lado de dentro, na alma. João declarou a Gaio:

– “Quero que você seja próspero... como é próspera a tua alma.”

Ou, em outras palavras: 

“Quero que você prospere TANTO QUANTO sua alma é próspera.”

Podemos dizer que se a alma de Gaio fosse pouco próspera, João estaria desejando que ele fosse tão pouco próspero quão pouco próspera era sua alma. Mas sendo ele muito próspero, então o apóstolo então estaria dizendo que gostaria que Gaio fosse muito próspero como muito próspera também era a sua alma.

Entender a prosperidade da alma é um passo importante para se prosperar nas circunstâncias, uma vez que o que provamos por dentro pode determinar a dimensão do que provaremos por fora.

A PROSPERIDADE PODE SE TORNAR EM MALDIÇÃO

Tanto na Escritura Sagrada quanto na história, encontramos exemplos de pessoas que prosperaram exteriormente sem prosperarem interiormente, e o resultado é sempre o mesmo: a bênção acaba se tornando em maldição. Um destes exemplos é o rei Uzias:

“Propôs-se buscar a Deus nos dias de Zacarias, que era sábio nas visões de Deus; nos dias em que buscou ao Senhor, Deus o fez prosperar.” (2 Crônicas 26:5)

Com a bênção de Deus, Uzias alcançou aquilo que, sozinho, não teria alcançado:

“... Divulgou-se a sua fama até muito longe, porque foi MARAVILHOSAMENTE AJUDADO, até que se tornou forte.” (2 Crônicas 26:15b)

Entretanto, seu coração mudou quando alcançou prestígio e poder. Suas conquistas o levaram a agir de forma errada:

“Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o Senhor, seu Deus.” (2 Crônicas 26:16)

Porque a prosperidade circunstancial não foi acompanhada da prosperidade de alma, aquilo que deveria ser bom, se tornou algo ruim. E a história de Uzias se repete na vida de muitos outros em nossos dias. Nossas Igrejas estão repletas de histórias de gente que buscou ao Senhor, alcançou o sucesso em sua vida profissional, familiar, ministerial, mas não se deixou prosperar na alma na mesma proporção em que propsperou nestas áreas.

O resultado é sempre o mesmo: não souberam lidar com sua nova condição.

A FAMA, O PRESTÍGIO, A PROMOÇÃO, AS CONQUISTAS E O DINHEIRO OS LEVARAM A RUÍNA

Muitos terminaram longe de Deus e sem estas coisas, exatamente do jeito que Paulo advertiu a Timóteo:

“Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” (1 Timóteo 6:9-10)

MUITOS JÁ ENRIQUECERAM ÀS CUSTAS DE PERDEREM OUTROS VALORES INTERIORES, INCLUSIVE SUA PRÓPRIA FÉ

Este não é o desejo de Deus para nós. Por isso devemos propsperar em nossa alma.

UMA ALMA PRÓSPERA É AQUELA QUE NÃO SE PRENDE À GANÂNCIA E AVAREZA

É despojada do egoísmo e do orgulho. Se uma pessoa está prosperando materialmente mas seu coração se prende ao dinheiro, é porque sua alma não vai bem. É este entendimento que percebemos na oração de Agur:

“Duas coisas te peço; não mas negues, antes que eu morra: afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus.” (Provérbios 30:7-9)

Ele examina sua alma e reconhece dois perigos: o de pela pobreza furtar e quebrar princípios divinos e também o de prosperar e se esquecer de Deus.

SE A PROSPERIDADE DE ALGUÉM O PRIVAR DA COMUNHÃO COM DEUS, ENTÃO ELA SE TRANSFORMOU EM MALDIÇÃO

A condição de nossa alma pode se tornar um fator limitante para a prosperidade exterior. Assim como um pai não deseja presentear um filho com algo que o prejudique, também o Senhor não deseja nos acrescentar algo que nos afaste de seu propósito.

Mas, se por um lado a oração de Agur reflete o entendimento de que a bênção não pode nos afastar de Deus, por outro não deve gerar em nós o sentimento de que nossa atual condição interior deve servir de limite à prosperidade exterior.

Se percebemos um coração que se afastará de Deus com a riqueza, devemos buscar o desprendimento, que é uma das evidências da prosperidade interior.

MUDANDO O CORAÇÃO

A prosperidade não deve ser evitada pelo risco de ser transformada em maldição. Se assim fosse, Deus nunca prosperaria alguém como Uzias. O conselho divino é que policiemos nosso coração:

“... Se as vossas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração.” ( Salmo 62:10)

Devemos manter nosso íntimo alinhado com os princípios e valores do Reino de Deus, de modo que a prosperidade material não nos leve à ganância, avareza e egoísmo. Não precisamos de uma mentalidade franciscana que foge da riqueza como se este fosse o problema. Devemos permitir que nossa alma seja tratada pela Palavra de Deus e pela ação do Espírito Santo. Assim como não fugimos deste mundo nos trancando num convento para tentarmos nos santificar escondendo-nos do pecado, também não fugimos do dinheiro e da prosperidade para não pecar. Devemos tratar com nosso coração, e nos manter conscientes de qual é nosso maior tesouro.

Algumas pessoas se baseiam na oração de Agur para evitarem a prosperidade. Mas não entendem a essência da oração dele, que é não querer prosperar se isto significa afastar-se de Deus. Se percebemos em nosso íntimo uma inclinação a isto, devemos buscar o trato de Deus e a vitória sobre este tipo de inclinação. Não oro como Agur; peço a Deus que me faça prosperar na alma, que me prepare para prosperar do lado de fora sem que isto se torne um problema.

VENCENDO O EGOÍSMO

Um outro texto que tem sido mal entendido por muitos cristãos é o que fala sobre juntar tesouros no céu:

“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” (Mateus 6:19-21)

Alguém disse que Jesus ensinou que não podemos ter tesouros aqui na terra, mas não foi isto que ele disse. Ele disse: “não ACUMULEIS para vós tesouros sobre a terra”. Esta palavra traduzida do original grego como “acumular” é “thesaurizo”. De acordo com a Concordância de Strong, significa: “ajuntar e armazenar, amontoar, acumular riquezas, manter em estoque, armazenar, reservar”.

Há algo sobre a prosperidade da alma que precisamos entender: ela nos leva a viver acima do egoísmo.

O propósito de prosperarmos materialmente não é o de REPRESAR os recursos só para nós, mas o de COMPARTILHARMOS o que Deus nos dá. Devemos ser como o leito de um rio, por onde os recursos sempre passam; não param de entrar mas também não param de sair.

Juntar tesouros no céu é algo que se faz não só investindo no galardão que vem através de se ganhar almas, orar e jejuar, etc. Todas as vezes que o Novo Testamento fala sobre juntar tesouros no céu, envolve algo que a pessoa faz com seus recursos terrenos.

O Senhor Jesus disse ao jovem rico para vender seus bens e dar aos pobres, e disse que isto significaria ter um tesouro no céu (Mateus19:21). Muita gente acha que ter um tesouro no céu é não ter nenhum tesouro na terra. Mas, em outro texto bíblico, vemos o princípio de entesourar no céu sem deixar de ter posses na terra; Paulo disse a Timóteo:

“Exorta aos ricos do presente século que... pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida.” (1 TImóteo 6:17-19)

Ou seja, uma pessoa não precisa ficar sem tesouros na terra para ajuntar nos céus. Ela tem que aprender a não represar para si, mas transbordar para outros. A razão pela qual muitos não alcançam uma maior prosperidade em Deus é justamente pela mentalidade egoísta de querer represar só para si.

Precisamos entender que muitas vezes Deus não vai responder algumas orações que são puramente egoístas:

“Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.” (Tiago 4:3)

Quando o que a pessoa quer receber de Deus é só para si mesma, isto é visto como desperdício, como esbanjamento. O plano divino é de que transbordemos. O que alcançamos nunca deve ser só para nós mesmos, mas para compartilhar com outros.

Foi isto que o apóstolo Paulo ensinou aos efésios:

“Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Efésios 4:28)

Não podemos ganhar apenas o suficiente para nossas necessidades, mas para suprir a necessidade de outros também (além de contribuirmos com o Reino de Deus). E vencer o egoísmo, criando uma mentalidade de transbordar recursos, é prosperar na alma.

VENCENDO O ORGULHO 

Além do egoísmo, um dos venenos que atingem a nossa alma e nos impedem de ser interiormente prósperos, É O ORGULHO.

Paulo mandou Timóteo advertir acerca deste perigo:

“Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento.” (1 Timóteo 6:17)

Uma inclinação normal do ser humano é achar que suas conquistas são fruto de seu esforço e habilidade e esquecer da intervenção de Deus.

Nabucodonozor foi julgado por isto:

"Ao cabo de doze meses, quando passeava sobre o palácio real de Babilônia, falou o rei, e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a morada real, pela força do meu poder, e para a glória da minha majestade? Ainda estava a palavra na boca do rei, quando caiu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonozor: Passou de ti o reino.

E serás expulso do meio dos homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-ão comer erva como os bois, e passar-se- ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer. Na mesma hora a palavra se cumpriu sobre Nabucodonozor, e foi expulso do meio dos homens, e comia erva como os bois, e o seu corpo foi molhado do orvalho do ceu, até que lhe cresceu o cabelo como as penas da águia, e as suas unhas como as das aves:

Mas ao fim daqueles dias eu, Nabucodonozor, levantei ao céu os meus olhos, e voltou a mim o meu entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre; porque o seu domínio é um domínio sempiterno, e o seu reino é de geração em geração.

E todos os moradores da terra são reputados em nada; e segundo a sua vontade ele opera no exército do céu e entre os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes? No mesmo tempo voltou a mim o meu entendimento; e para a glória do meu reino voltou a mim a minha majestade e o meu resplendor. Buscaram-me os meus conselheiros e os meus grandes; e fui restabelecido no meu reino, e foi-me acrescentada excelente grandeza." (Daniel 4:29-36)

Mas depois de sair de seu estado de loucura, louvou a Deus e falou de como Deus humilha ao que anda na soberba:

“Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalto e glorifico ao Rei do céu, porque todas as suas obras são verdadeiras, e os seus caminhos, justos, e pode humilhar aos que andam na soberba.” (Daniel 4:37)

Quando colocou seu povo na terra de Canaã, o Senhor também os advertiu a não se tornarem orgulhosos de suas conquistas:

“Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes, te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê.” (Deuteronômio 8:17-18)

A soberba precede a queda:

"A soberba precede a destruição, e a altivez do espírito precede a queda." (Provérbios 16:18)

Portanto, só poderemos ter prosperidade permanente do lado de fora se nossa alma prosperar vencendo o orgulho e trilhando o caminho da humildade.

VIVENDO A PROSPERIDADE INTERIOR

Passamos a viver a prosperidade interior quando Deus é nosso maior valor, e O colocamos (com seus valores) antes de qualquer outra coisa. Um dos textos bíblicos que melhor reflete este equilíbrio (da prosperidade externa ser proporcional à interna), é a declaração do Senhor Jesus Cristo sobre colocar o reino de Deus em primeiro lugar:

“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:33)

 



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